quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Aprenda com Mangás – e 20% de desconto!

Posted on: janeiro 26, 2010 1:29 PM, by Kentaro Mori
guiamangaelet

Aprender conceitos científicos dos mais básicos aos mais avançados – de nível superior – através de histórias em quadrinhos pode parecer uma idéia tão estranha que só pode ter vindo do Japão. Mas se veio do Japão, e continuando nos estereótipos, também funciona muito bem! Na terra do mangá há uma tradição de desenhos ensinando de tudo com aventuras infantis, incluindo o sempre presente recurso do mascote cômico e piadas engraçadinhas. A Novatec editora está lançando agora uma série destes guias mangá no país, abordando desde Bancos de Dados, passando por Estatística e através do nosso ScienceBlogs Brasil e por cortesia da editora, recebi o Guia Mangá de Eletricidade para avaliar.
Começando do mais elementar, com exemplos práticos, fartas ilustrações (claro!) e mesmo um pouco de história da ciência, os quadrinhos avançam rápido e com uma densidade de informação que faz com que em 200 páginas o mangá apresente mais informações do que muitos livros didáticos tradicionais… sem nenhum desenho! E todo mundo adora desenhos.
Todo esse material de eletricidade estática a circuitos, campos magnéticos, usinas nucleares (!) e mais faz parte do currículo japonês até o ensino médio, mas no Brasil, parte destes conceitos só são apresentados aos alunos na faculdade… em um curso que abranja a área de eletricidade! Há bastante nestes quadrinhos que mesmo aqueles graduados (ou até pós, de outras áreas) poderão aprender, incluindo um pouco da física de semicondutores que faz seu computador funcionar. Tudo isso com um mascote cômico e piadas engraçadinhas.
Se há uma ressalva que pode ser feita ao guia mangá, talvez seja justamente sua quantidade de informação, já que uma criança dificilmente entenderá a tudo, ainda que ilustrado. Mas então, crianças sempre podem nos surpreender, e o guia mangá pode ser uma introdução e referência futura para consulta. A beleza dos quadrinhos é que qualquer criança entenderá a historinha de fundo, aprenderá algo dos conceitos básicos, e terá sido apresentada a belos exemplos e analogias para idéias mais complexas que estarão lá em algum canto de seu cérebro até o dia em que a ficha finalmente caia. Não há como perder, ainda mais porque o mangá não se dirige apenas a crianças.
A editora oferece amostras com várias páginas para que você confira o tom e qualidade do trabalho – confira para Eletricidade e Bancos de Dados –, e promete lançar ainda guias mangás sobre Cálculo, Biologia Molecular e Física.
Gostou? Através do código promocional “100NEXO” a editora Novatec oferece ainda 20% de desconto nos títulos até o dia 30/04/2010. Basta informá-lo no carrinho de compras.
Talvez o tom desta resenha tenha parecido muito empolgado, e o desconto especial oferecido desperte alguma suspeita, mas esclareço que além do exemplar do livro recebido para resenha, este post não foi nem é patrocinado de qualquer forma, e a opinião expressa reflete unicamente a avaliação livre deste blogueiro, que já criticou duramente o que não gostou. O entusiasmo aqui é porque este blogueiro gostou muito.

O Blog é de Kentaro Mori, afirma que não há conhecimento isolado. Ele entende que qualquer informação só é relevante no contexto de outras. No Blog 100nexos, ele compartilha seu entusiasmo pela ciência e os caminhos inesperados a que cada fio de conhecimento pode levar.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

DISCORDEM DE MIM, POR FAVOR

 Israel Belo de Azevedo em seu Blog O PRAZER DA PALAVRA, incentiva o debate como forma de manter nosso cerebro "aceso".
 

Quem passou dos 20 anos de idade tem alguma preocupação com o seu cérebro. Até quando ele vai aprender e guardar o que é preciso?
Por isto, é bom saber que os pesquisadores descobriram que o cérebro, ao passar pela meia-idade, pode, se mantido em boa forma, continuar construindo caminhos que ajudam seu usuário a reconhecer padrões, ver significados e encontrar soluções muito mais rapidamente do que um jovem. O segredo é perceber e usar meios de manter as conexões cerebrais em boas condições.
Uma sugestão, entre os adultos, é balançar as sinapses. Uma boa maneira de fazer isto é, saindo da chamada zona de conforto, enfrentarmos pensamentos contrários aos nossos. Um neurologista nos pede para nos lançarmos contra pessoas e idéias diferentes.
Então, discordem de mim, por favor.

Silvia Néli faz um comentario interessante: "[...] quanto a discordar, esse é um exercício árduo, pois implica firmeza e conhecimento de causa [é  preciso ir além  das opiniões]. Entendo que o discordar que abre novas sinapses está relacionado com a capacidade de argumentar. De confrontar ideias. E, para tal, é preciso te-las... [um conhecimento além da TV, do jornal televiso. Você pode começar com  bons jornais, revistas, livros e bons blog que façam você cair na REDE].

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Jimmy Carter escreve carta de Repúdio a discriminação!

Jimmy Carter (ex-presidente dos EUA) tem lutado pela não discriminação em vários áreas, inclusive a religiosa. Organizou eventos nos últimos anos com o ojetivo de colocar em pauta o tema. Há bastante tempo promove ações em favor da construção de casas para os menos favorecidos ao redor do mundo. É lembrado pela ONU para acompanhar processos de eleição democráticas em vários países. Foi laureado com o prêmio Nobel... Jimmy Carter não tem se furtado em colocar a canela no jogo e sustentar sua opinião mesmo em ambientes e situações altamente desfavoráveis.


"Discriminação e abuso erroneamente apoiados por doutrina estão danificando a sociedade", argumenta o ex-presidente Americano.

Jimmy Carter

The Observer, Domingo, 12 de Julho de 2009

“Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. “ (Artigo II, Declaração Universal dos Direitos Humanos)

“Desse modo não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus.” Gálatas 3.28

Eu tenho sido um Cristão praticante toda a minha vida e um diácono e um professor da Bíblia por muitos anos. Minha fé é uma fonte de força e conforto para mim, assim como crenças religiosas são para centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Então minha decisão de cortar meus laços com a Convenção Batista do Sul [dos Estados Unidos] depois de seis décadas foi dolorosa e difícil. Foi, contudo, uma decisão inevitável, quando os líderes da convenção, citando alguns poucos versos bíblicos selecionados cuidadosamente e reivindicando que Eva foi criada ocupando segundo lugar depois de Adão e foi responsável pelo pecado original, mandaram que mulheres sejam “subservientes” a seus maridos e proibidas de servir como diáconas, pastoras ou capelães no serviço militar. Isto estava em conflito com minha crença – confirmada nas escrituras sagradas – de que nós todos somos iguais aos olhos de Deus.

Esta visão de que mulheres são de alguma forma inferiores aos homens não está restrita a uma religião ou crença. Está muito difundida. Mulheres são impedidas de exercer um papel total e igual em muitas fés.

Tragicamente, sua influência não pára nas paredes das igrejas, mesquitas, sinagogas ou templos. Esta discriminação, atribuída a uma Autoridade Suprema injustificadamente, proveu uma razão ou desculpa para a depravação dos direitos igualitários das mulheres ao redor do mundo por séculos. As interpretações masculinas de textos religiosos e a forma com que elas interagem e reforçam práticas tradicionais justificam alguns dos exemplos mais patentes, persistentes, flagrantes e danosos de abusos de direitos humanos.

Mais repugnante, a crença de que mulheres devem ser subjugadas aos desejos de homens escusa a escravidão, violência, prostituição forçada, mutilação genital e leis nacionais que omitem estupro como crime. Mas também custa para muitos milhões de meninas e mulheres o controle de seus próprios corpos e vidas, e continua a negar-lhes acesso justo a educação, saúde, emprego e influência dentro de suas próprias comunidades.

O impacto dessas crenças religiosas toca todos aspectos de nossas vidas. Elas ajudam a explicar porque em vários países meninos são educados antes de meninas; porque dizem às meninas quando e com quem elas devem casar; e porque muitas se deparam diante de riscos enormes e inaceitáveis na gravidez e parto porque suas necessidades básicas de saúde não são supridas.

Em algumas nações islâmicas, mulheres são restritas em seus movimentos, punidas por permitir a exposição de um braço ou tornozelo, privadas de educação, proibidas de dirigir um carro ou competir com homens para um trabalho. Se uma mulher for estuprada, ela é frequentemente punida o mais severamente possível como a parte culpada no crime.

O mesmo pensamento discriminatório está por trás da constante distância entre gêneros em salários e do motivo pelo qual ainda há tão poucas mulheres políticas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Esse preconceito está profundamente enraizado nas nossas histórias, mas seu impacto é sentido todos os dias. Não são somente mulheres e meninas que sofrem. Ele danifica todos nós. A evidência mostra que investir em mulheres e meninas produz benefícios substanciais para todos na sociedade. Uma mulher educadas tem crianças mais saudáveis. Há mais chance de ela mandá-los para a escola. Ela ganha mais e investe o que ganha na sua família.

É simplesmente uma derrota a si mesma qualquer comunidade discriminar contra metade da sua população. Nós precisamos mudar essas atitudes e práticas que servem a si próprias e antiquadas – como estamos vendo no Irã onde mulheres estão na linha de frente da batalha pela democracia e liberdade.

Eu entendo, contudo, porque muitos líderes políticos podem relutar em pisar nesse campo minado. Religião e tradição são áreas poderosas e sensíveis para desafiar.

Mas meus colegas Anciãos e eu, que viemos de várias fés e históricos, não precisamos mais nos preocuparmos com ganhar votos ou evitar controvérsias – e nós estamos profundamente comprometidos em desafiar a injustiça aonde quer que a vejamos.

Os Anciãos decidiram chamar a atenção em particular para a responsabilidade dos líderes religiosos e tradicionais de garantir igualdade e direitos humanos. Recentemente publicamos uma declaração que afirma: “A justificativa da discriminação contra mulheres e meninas baseada em religião ou tradição, como se fosse prescrita por uma Autoridade Superior, é inaceitável.”

Nós estamos conclamando todos líderes a desafiar e a mudar os ensinos e práticas danosos, não importando quão entranhados, os quais justificam a discriminação contra mulheres. Nós pedimos, em particular, que líderes de todas as religiões tenham a coragem de reconhecer e enfatizar as mensagens positivas de dignidade e igualdade que todas as grandes fés do mundo compartilham.

Embora não tenha estudo em religião ou teologia, eu entendo que os versos cuidadosamente selecionados encontrados nas escrituras sagradas para justificar a superioridade dos homens se devem mais ao tempo e ao lugar – e à determinação de líderes masculinos que mantêm sua influência – do que a verdades eternas. Trechos bíblicos similares poderiam ser achados para apoiar a escravatura e o consentimento tímido a ditadores opressivos.

Ao mesmo tempo, estou também familiarizado com as descrições vívidas nas mesmas escrituras nas quais mulheres são reverenciadas como líderes proeminentes. Durante os anos da igreja Cristã primitiva as mulheres serviram como diaconisas, pastoras, bispas, apóstolas, professoras e profetisas. Foi só no quarto século que os líderes Cristãos dominantes, todos homens, torceram e distorceram as escrituras sagradas para perpetuar seus cargos superiores dentro da hierarquia religiosa.

Eu sei, também, que Billy Graham, um dos Cristãos mais amplamente respeitados e reverenciados durante meu tempo, não entendeu porque mulheres foram proibidas de serem pastoras e pregadoras. Ele disse: “Mulheres pregam ao redor do mundo inteiro. Não me incomoda, de acordo com meus estudos das escrituras.”

A verdade é que os líderes religiosos masculinos tiveram – e ainda têm – uma opção de interpretar os ensinos sagrados ou para exaltar ou para subjugar mulheres. Eles escolheram, para seus próprios fins egoístas, predominantemente esta.

Sua escolha contínua fornece o fundamento ou a justificativa para grande parte da perseguição dominante e do abuso de mulheres ao redor do mundo. Isto está em violação clara não somente da Declaração Universal de Direitos Humanos mas também dos ensinos de Jesus Cristo, do Apóstolo Paulo, de Moisés e dos profetas, de Maomé, e dos fundadores de outras grandes religiões – todos os quais conclamaram o tratamento próprio e igualitário de todas as crianças de Deus. Chegou a hora de termos a coragem de desafiar essas visões.

Jimmy Carter foi presidente dos Estados Unidos de 1977 a 1981. Os Anciãos (Elders) são um grupo independente de líderes globais eminentes, agrupados por Nelson Mandela, que oferecem suas influências e experiências para apoiar a construção da paz, ajudar a lidar com as principais causas de sofrimento humano e a promover interesses comuns da humanidade.
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Fonte: The Observer, Inglaterra
Tradução: Gustavo K-fé Frederico (exclusiva para o PavaBlog)